Zilda faleceu na última terça-feira em Porto Príncipe, capital do Haiti, vítima do terremoto de 7.0 graus na escala Richter. Os corpos de 12 brasileiros já foram encontrados.
Zilda Arns, em terremoto ocorrido ontem no Haiti, "enluta não apenas o Brasil, em que era peça-chave no desenvolvimento de políticas sociais, mas toda a América Latina, a que também estendia o manto de sua generosa ação humanitária". Em nota divulgada hoje, Britto disse que a morte da fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, "em plena ação missionária no Haiti, tem a dimensão trágica e poética do artista que morre em cena".
Lembra o texto do presidente da OAB que Zilda Arns dedicou à "causa dos desvalidos" toda a sua vida de médica sanitarista. "Sacrificou a perspectiva de uma vida regular e confortável, que sua qualificação profissional lhe permitia, ao nobre ideal de submeter-se ao mandamento cristão de amar ao próximo como a si mesmo." Zilda Arns Neumann era médica pediatra e sanitarista, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança e fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa, além de ser representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Conselho Nacional de Saúde e membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Segundo Cezar Britto, ela "inclui-se numa seleta galeria de seres humanos integrais, em que figuram personagens como Madre Teresa de Calcutá e Irmã Dulce". "São pessoas que melhoram o mundo e seu tempo e impedem que o ser humano descreia de si mesmo.
Morreu da mesma forma que viveu, no combate às injustiças sociais.